Quando meu filho nasceu não deixou espaço para muita coisa no meu coração, era por esse amor que ele batia.
Eu demorei para perceber isso e não está sendo de um jeito fácil. A vida me jogou para lá e para cá, e o peito que só batia de amor hoje chora de luto.
E uma amiga, sabiamente me contou, no peito em luto sobra pouco espaço para o amor.
Não, não que o amor não esteja aqui, ele está. Quietinho, escondido atrás do luto para não se machucar. Esperando a hora de me dar as mãos de novo.
E eu vou tendo de arranjar um jeito de lembrar como se faz para chorar de amor até esgotar as lágrimas e poder finalmente renascer. Porque eu esqueci que eu sou mais do mãe. Tenho para mim que na verdade eu não queria ser mais que isso, e talvez por isso a vida tenha vindo me cobrar ser mais inteira. Mais eu. Mas não é fácil, não é.
Fazer isso sozinha dói, e doeria se fosse junto do mesmo jeito. Talvez eu tenha que aceitar que não, Benjamin não quer uma mãe que se resuma a isso, ele não quer.
Mas o processo de me encontrar machuca meu pequeno, eu sei. Porque parte do meu coração é dele, como libertá-lo da dor que é minha só minha. Como encontrar o equilíbrio da minha doação? Como?
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sábado, 19 de maio de 2012
Coração de mãe também é de mulher
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