terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Bebê "estragado"


Desde que o Benjamin nasceu ouço sobre o colo "estragar", sobre deixar mal acostumado. Inclusive, de uma pediatra.
Antes de engravidar eu também pensava assim, ou melhor, não pensava, só concordava com o senso comum. Mas desde os primeiros meses da gravidez eu já percebi o quanto o simples toque me trazia bem estar, conforto, segurança. Depois encontrei textos defendendo o máximo de carinho e aquilo fazia muito mais sentido.
Quando peguei a primeira vez meu bebê, assim que ele nasceu, e aqueles olhinhos arregalados olharam direto para os meus, todo meu instinto gritou que eu precisava protegê-lo, que ele tinha de estar o máximo possível perto de mim. Era difícil soltá-lo para colocar longe de mim, por isso, ficava no carrinho sempre com alguém perto.
O máximo de distância que já consegui dele foi em cômodos da casa, nos primeiros dias, só quando sabia que alguém ficaria com ele para eu descansar. Ou ele ia para cama dormir comigo.
Depois disso a cama compartilhada também não foi decisão difícil, nem muito pensada. Também já tinha lido um pouco sobre e tê-lo ao meu lado ao dormir me permitia um descanso maior.
No começo, ele chorava e eu sentava para dar mamar. Hoje, com quase três meses, nem levanto mais, mal percebo quando acordamos para mamar (que são poucas vezes), logo já estamos dormindo de novo.
Escolhi tudo inverso do que acreditava antes de engravidar, li muito e agora aplico tudo que vai de encontro ao meu coração.
Pelo senso comum, meu filho deveria ser "mal acostumado", super dependente, só querer colo e todas essas bobagens que ouvimos.
Sabe o que é mais engraçado? Eu esperava que ele realmente fosse assim, que quisesse colo 24h por dia, que não conseguisse ficar sem ninguém perto. Afinal, ele é um bebê, é a criatura mais dependente que existe, ora essa. Depende de mim para o alimento, para a higiene, para dormir. O que eu deveria esperar de um serzinho que não sabe falar nem se locomover?
Mesmo assim o pequeno não costuma se incomodar de ficar sozinho por alguns minutos na cama, no carrinho ou no berço, para eu preparar o banho ou atender a porta. Segundo a ilustríssima pediatra isso é porque sabe que logo alguém vai pegá-lo. E isso é ruim? Ora, se ele tem essa segurança, se sabe que é cuidado e sempre terá um colo quentinho para acolhê-lo, eu fico é muito feliz, obrigada.
Mas não é que Benjamin me suspreendeu ainda mais? Em uma noite dessas, no colo da pai, começou a tentar pegar os brinquedos. Logo em seguida, quando o deixei sobre a cama para pegar a fralda, o encontrei tentando pegar uma sacola que estava perto.
E já no dia seguinte, quando eu e o pai dele precisávamos limpar a casa e preparar a ceia de Natal, ele acordou bem no meio do processo. Minha sugestão foi deixá-lo no carrinho e ir falando com ele enquanto fazíamos o que precisássemos, o pai decidiu deixar os brinquedinhos de carrinho perto dele. E não é que ele ficou um bom tempo brincando com os ursinhos barulhentos, tentava pegá-los e eles faziam barulho, adorou! Nem ligava quando iámos falar com ele, olhos fixos nos ursinhos.
È, meu menino está crescendo, e que sorte que eu aproveito bastante para tê-lo no meu colo, já que daqui um tempo não só ele não caberá mais no meu colo como dificilmente irá querer.

Um comentário:

Anônimo disse...

Também passei por todas essa mudanças e acredito que isso fará do meu filhote uma pessoa melhor, pois não me limitei a aceitar o que a maioria diz e resolvi pensar e fazer o melhor. Adorei ter encontrado mães pensantes e ativas, e não me demorei a me juntar a elas. Agradeço por compartilhar e fazer parte de minha vida.

Bibiana