quarta-feira, 23 de maio de 2012

Blogagem Coletiva - Criação com apego, mais amor, menos preconceito

Uma iniciativa do grupo Maternidade Consciente


Quando me vi grávida comecei a buscar pelo parto normal e conhecer outros jeitos de parir e de maternar foi um passo. Jeitos que muita gente crítica e olha torto (inclusive eu antes de gerar).
Dormir juntinho desde sempre e sem pressa de mudar, levar a cria sempre perto em um sling, amamentar sempre que desse vontade (no filho, né rs) e acima de tudo, muito, muito amor e carinho! Na verdade, dormir junto, usar sling e todos os outros tópicos são possibilidades e cada família funciona de um jeito. Mas o amor e o carinho, esses não podem e nem devem faltar;
Foi assim, passo por passo, que descobri um jeito de maternar que respeitasse a criança e as suas necessidades. Só depois de algum tempo descobri que isso tinha um nome: Criação com apego (Attachment Parenting).
Eu não sou uma profunda conhecedora da teoria, li um pouco aqui, um pouco ali e fui pegando o que fazia sentido para mim. Colo e peito em livre demanda, cama compartilhada, amor e muito respeito. Respeito na hora de dormir, na hora de acordar, na hora de comer.
Ai vem aquela pessoa dizendo: larga esse menino, deixa chorar um pouco, se pegar muito no colo vai ficar mal acostumado.
Benjamin ainda é muito novinho (7 meses!) e ainda adora um colo, mas já passa muito bem sem ele também. Fica uns bons minutos no colchão e no chão do quarto brincando e se arrastando. Fica bem na cadeirinha na mesa enquanto preparo a comida. E para o meu desespero, fica bem no colo de outras pessoas. rs... Ainda mais de uns tempos para cá que aprendeu a pedir colo, se joga e estica os bracinhos quando quer ir para outro colo. Também aprendeu a dizer não! Quando alguém convida ele para o colo vira o corpinho ou encolhe os bracinhos quando não quer mudar. E isso acontece até para mim.
Saber mostrar o que quer, quem quer, saber se entreter um sozinho e saber mostrar o que não quer. Para mim isso é muita independência para um menininho de 7 meses! Mais do que eu esperaria com essa idade, então, não meu filho não é mal acostumado. Ele é sim muito amado e sabe disso.
Nem toda criança criada com apego é assim, outras são mais independentes, outras menos. Vai muito da personalidade de cada uma, afinal, são seres únicos e maravilhosos. E temos de respeitar isso.
O que nos leva há outro ponto essencial da Criação com Apego, o respeito. Respeito pela criança como indivíduo único, pelo seu tempo, pelos seus sentimentos, pelas suas necessidades. Ninguém pede o que não precisa, se uma criança chora para ter colo, ela precisa disso.Você negaria abraço para um amigo triste? Eu não.





sábado, 19 de maio de 2012

Coração de mãe também é de mulher

Quando meu filho nasceu não deixou espaço para muita coisa no meu coração, era por esse amor que ele batia.
Eu demorei para perceber isso e não está sendo de um jeito fácil. A vida me jogou para lá e para cá, e o peito que só batia de amor hoje chora de luto.
E uma amiga, sabiamente me contou, no peito em luto sobra pouco espaço para o amor.
Não, não que o amor não esteja aqui, ele está. Quietinho, escondido atrás do luto para não se machucar. Esperando a hora de me dar as mãos de novo.
E eu vou tendo de arranjar um jeito de lembrar como se faz para chorar de amor até esgotar as lágrimas e poder finalmente renascer. Porque eu esqueci que eu sou mais do mãe. Tenho para mim que na verdade eu não queria ser mais que isso, e talvez por isso a vida tenha vindo me cobrar ser mais inteira. Mais eu. Mas não é fácil, não é.
Fazer isso sozinha dói, e doeria se fosse junto do mesmo jeito. Talvez eu tenha que aceitar que não, Benjamin não quer uma mãe que se resuma a isso, ele não quer.
Mas o processo de me encontrar machuca meu pequeno, eu sei. Porque parte do meu coração é dele, como libertá-lo da dor que é minha só minha. Como encontrar o equilíbrio da minha doação? Como?