domingo, 28 de julho de 2013

Mais reflexões sobre o choro

Do Pinterest.
Usuário: Peace Whitin
As perguntas são a chave para o que está escondido dentro do nosso peito. Aprendi isso, e sempre que uma pergunta começa a martelar dou atenção a ela para encontrar o que está por trás da porta. Depois das reflexões do último post, comecei a me perguntar:

Por que alguns choros do Benjamin me incomodam tanto? Por que especificamente esse do desmame foi tão dolorido?

Pegunta feita. Ecoada.

Alguns choros me incomodam porque me parecem o reflexo da minha incapacidade de proteger, acolher ou "não frustrar" meu filho. Me incomoda, por exemplo, quando ele tem fome e ainda preciso fazer a comida. Porque se ele tem fome eu já deveria ter comida pronta, não? É isso que meu cérebro confuso me faz pensar. E por isso me incomoda.

E o do desmame?

Me incomoda porque é simples acabar com o choro. É só amamentar, ora essa. Não amamentar foi uma escolha minha, sou eu que estou causando o choro do meu filho. Sou eu e ponto. É incômodo frustar nossos filhos assim, né?

As relações são assim. A vontade de um esbarra no limite do outro. E eu sou mãe, algum dia me fiz pensar que a vontade do meu filho é lei. E foi, por muito tempo. Amamentação em livre demanda rolou por aqui até pouco tempo. Mas ai meu limite foi chegando, eu fui ignorando porque acreditei que deveria ser como era até os 2 anos.

Ai o limite chegou de vez. E ploft! A amamentação se tornou ruim para mim, incômoda, obrigação. E refletiu em toda nossa relação. E refletiu em toda minha vida. Na verdade, talvez minha vida tenha refletido na amamentação. Eu não sei o meu limite para tantas coisas, em tantas coisas me quebro para vontade do outro.

Quantas me quebrei para vontade do meu filho? E o que ensinei com isso para ele?

Que a gente deve ignorar nossos limites quando ama alguém.
Flexibilizar o máximo, mesmo que isso nos quebre.

E assim, dia após dia, com a amamentação e com tantas outras coisas na minha vida, fui flexibilizando, indo além dos meus limites. E me quebrando.

Me despedacei e hoje junto os cacos.

E o que meu filho ganhou com tanta flexibilidade? Uma mãe, que de tão despedaçada e esgotada, não consegue mais se entregar por inteiro. Sem luz, sem brilho. Que só tem conseguido reclamar e ver o negativo.

Calma, filho. A mamãe já descobriu o problema. Vou precisar juntar os cacos, colar, remendar. Mas eu volto, tá? Volto inteira!






Um comentário:

Camila disse...

Amei !! Já era sua fã, agora virei mais ! :)

Também pensei por muito, mas muito tempo mesmo que a vontade da Melissa é lei.. Até que adoeci e percebi que doente não poderia cuidar dela...

E sigo aprendendo..
Agora com seu blog !

Obrigada !