segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Eu e 2011

Comecei 2011 com vários planos, era um ano praticamente traçado.

Me formei publicitária em 2010, nos primeiros meses iria me preocupar com a colação e com o baile de gala. Como emendei o Ensino Médio com a faculdade queria ficar um pouco longe dos estudos acadêmicos, e por isso iria apenas fazer um cursinho de inglês, pensar em alguns artigos acadêmicos e me preparar para um possível mestrado em 2012.

Também ia me preocupar com o meu lado espiritual, voltar para ioga, estudar mais sobre os deuses que honro e principalmente, fazer um trabalho de auto conhecimento voltado para meu lado emocional. Aliás, esse era minha meta para 2011: encontrar meu lado emocional, me ligar a minha intuição feminina, me permitir sentir mais.

Eu sou assim, gosto de planejar, de traçar o que vou fazer. Na verdade, gosto mais de planejar do que fazer de fato. Para quem acredita em astrologia eu explico dizendo que sou virginiana. Para quem não acredita, eu sou assim e ponto.

Mas a menstruação não veio. Grande coisa, não seria a primeira vez. Mas ela andava tão certinha, vinha sempre na Lua Nova, às vezes até a hora da virada da lua batia com o sangue descendo e eu me orgulhava disso. Ora, mas uns dias de atraso não significam nada, né?

"Amor, vamos comprar o teste de farmácia só para ter certeza?" "Tá, é melhor do que ficar só esperando"

Compra, decide se é melhor esperar o outro dia, não aguenta, faz de noite mesmo. Duas linhas rosas.

"Acho que vamos ser pais, mas lê a bula, vê se eu fiz certo, vê se é isso mesmo. Teste de farmácia falha, né? Não é confiável. Amanhã a gente faz o de sangue."

Preocupação. Faz o de sangue. Mais um positivo. "É, vamos ser pais. Mas ainda pode ser outra coisa. Sei lá.".

Certeza mesmo, só depois do primeiro ultrassom. Pelo tempo de gravidez, esperávamos um ser sem forma, uma "semente", mas não, era um bebê mesmo. E meu mundo se resumiu aquela telinha na penumbra da sala de ultrassom. Todo formadinho, tinha dedinhos!

É, nós seríamos pais. É, eu ia ser mãe. E tinha jeito melhor de encontrar o lado emocional, de encontrar a intuição feminina do que sendo mãe? De certa forma, a gravidez não planejada fez parte dos meus planos. E talvez, não fazer mais planos ou aprender a lidar com o inesperado seja a primeira lição que o Benjamin decidiu me ensinar.

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