quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mais uma mudança de planos?

Esse post era para ser sobre o porque eu escolhi o parto domiciliar. Mas eu já não sei mais se ele será possível...

Foi um dia bem atípico e eu ainda estou tentando me refazer dele. Tentei dormir e consegui, por umas conturbadas 3 horas. Mas o sono sumiu e talvez escrever ajude a organizar os pensamentos e tomar as próximas decisões. Vamos lá, tentar refazer o dia.

Depois de 12 horas de jejum acordei as 6h30 para fazer a bateria de exames do terceiro trimestre. Lá vamos nós, fazer xixi no potinho e me preparar psicologicamente para arrancarem metade do meu sangue. Percebi que o xixi estava mais turvo do que o normal, mas nem sabia o que isso significava. Hoje foi dia do exame para diabetes gestacional, ou seja: vai lá, tira 4 ampolas de sangue (nem sabia que tinha tanto sangue dentro de mim), bebe suquinho com gosto de sprite sem gás e mais açucarado (quase gostoso), e fica 2 horas sentada (sentada mesmo, não pode levantar para nada) esperando para tirar mais um golinho de sangue.

Volto para casa, durmo um pouco, almoço e me preparo para voltar para o trabalho. Na preparação, depois do xixi, vi sangue no papel higiênico, um fio de sangue. Sangue é emergência, né? (A não ser que você esteja em idade fértil sem ter sido "fertilizada" e sem querer ser "fertilizada"). Fiquei mais preocupada porque tinha tido uma cólica no domingo com dores na lombar, que achei que era da dor de barriga do intestino preso, mas agora nem sei mais o que foi.

Liguei para o médico (com qual nunca consigo falar fora de consulta), a atendente não me deixou falar com a que dizem que é mais fácil lidar, o jeito foi falar com ela mesmo. Expliquei a situação, ela anotou tudo que eu falei e respondeu:

"Olha, o doutor instrui a gente a passar para gestante que se tem sangue tem que ir para o pronto socorro. Mas se é pouco, você pode esperar e ver se aumenta, eu anotei aqui e no FIM DO EXPEDIENTE eu passo para o doutor."

Fim do expediente? Era hora do almoço! Eu ia esperar até o fim do expediente para saber se o que eu tinha era uma emergência? Eu só não consigo descobrir se o problema é a atendente ou se é o médico mesmo. Mas essa é uma outra história...

Achei melhor ligar para uma das enfermeiras obstetra que acompanharia (não gosto de ver esse verbo conjugado dessa maneira, queria ter certeza que poderá ser acompanhará) meu parto domiciliar. Ela disse que por mais que fosse pouco era melhor ir sim, porque podia ser algo no útero, na placenta e me pediu para retornar depois dando notícias. Um pouco de informação decente e atenção, e mais uma vez a certeza que escolhi a equipe certa.

Bora para o pronto socorro, cheiro de hospital, muitas pessoas vestidas de branco, quase um pesadelo (dramática). Peguei a senha para gestante e esperei por uns 20 minutos, nada de me chamarem. Minha irmã que me acompanhou achou melhor ir perguntar para atendente se tava certo e tal, na mesma hora que o meu número apareceu no visor. Mas foi a resposta da atendente que eu não queria ouvir:

"Gestante com sangramento nem precisa passar por aqui, é direto na maternidade."

Era o tipo de frase que me mostrava que sim, era sério. O meu consolo é que eu não estava com sangramento assim, tinha sido um fio de sangue e não um fluxo, não sujava calcinha nem nada. E eu também não estava me sentindo mal.
Fui para maternidade, encontrei meu médico no caminho que estranhamente me perguntou o que eu estava fazendo ali. "Se sua atendente tivesse te contado, você saberia..." não respondi isso, não, lá eu tinha cabeça para sarcasmo? Contei, ele disse que outra médica ia me atender e lá fui fazer ficha e começar o exame.

Não gosto de exames no geral (alguém gosta?), mas os ginecológicos são os piores. Tira a roupa, abre a perna... sem preliminares! rs
Enfim, a doutora que me atendeu que no início parecia super antipática, disse que o sangue não era do útero, nem visível. Pediu exame de urina. Fez também o exame do toque, que me fez entender o desconforto que as pessoas tem com ele, exame maldito! Eu não sabia exatamente se ela deveria ter feito esse exame, em consultório eu sei que não precisaria, mas pela situação nem relutei. E até agora não sei se fiz certo ou não, só sei que deu um dedo de dilatação.

Um dedo de dilatação. Essa notícia me deixaria muito feliz, já quero muito um parto normal e um dos meus medos era não ter a tal dilatação. Mesmo sabendo que são poucas as mulheres que não tem a dita cuja tem o lance genético, e minha mãe diz que não teve no parto dos meus irmãos. Embora eu ache que foi algum problema com os médicos lá da época e enfim, voltando a hoje. Um dedo de dilatação seria ótimo daqui umas 7 semanas, mas eu estou com 31 semanas! E eu nem sei bem o que isso significa ainda.

Pela dilatação ela passou também um exame para ver a vitalidade do bebê e possíveis contrações. Além de duas bolsas de soro, uma pura e outra com buscopan. Foi quase como repor o sangue que me tiraram de manhã. Cinco horas no hospital, tomando soro, fazendo exame e tomando chazinho massa que as enfermeiras me levaram.

Resumindo as cinco horas. O sangue era da urina, que também indicou uma infecção e provavelmente alguma pedra no rim. Antibióticos para a infecção (drogas para o meu bebê =[ ). O exame mostrou que meu bebê tá bem (o que eu não tinha dúvidas, porque o bichim mexe que é uma maravilha rsrs) e uma leve contração, mesmo com metade do soro de buscopan injetado (o que não sei se faz alguma diferença). Injeção de corticóides para amadurecer (drogas pesadas para o meu bebê), remédio para inibir possíveis contrações se elas aparecerem e repouso. Ah, e também adiantar a consulta com o médico, que eu ainda não sei nem se vou conseguir. Devia ter pedido receita de um novo médico também.

Tive a sorte de ser atendida por uma enfermeira super atenciosa e com um nome lindo, Ester. Estrela. Hebraico como do meu bebê. Até achei que Ester tinha alguma relação com Benjamin na Bíblia, mas como meus conhecimentos bíblicos são poucos, não tenho certeza e acho que estou confundindo. A médica, que no início parecia antipática, acabou sendo super atenciosa e tentando me explicar tudo que tava acontecendo. Diminuiu um pouco minha fobia de jalecos brancos.

Mas agora me sinto perdida, até então eu tinha lido muito sobre tudo de partos e tal. Mas não sobre uma possível dilatação a essa altura do campeonato. Tudo que li sobre ser ativa e tomar decisões para mim e para o meu filho se dissipou hoje, tomei drogas (buscopan e corticóides) que não sei o Benjamin realmente precisava. Eu não tinha nenhuma informação necessária para concordar ou discordar da médica, só tinha um medo enorme do meu bebê chegar antes da hora, um medo enorme que ele não chegasse bem. Eu só aceitei tudo. Esse medo ainda tá aqui e eu me lembrei do sonho do post anterior.

Não sei se isso tudo de hoje me "promove" do nível de "gestante de baixo risco" para "gestante de risco". Não sei se ainda existe chance sonhar com parto domiciliar, se a cesárea pode se tornar uma necessidade real. Não sei se o Benjamin realmente precisava dessa bomba de drogas que deixei darem para ele hoje. Não sei se é melhor inibir um trabalho de parto precoce com muitas drogas ou se é melhor deixar que ele e meu corpo decidam qual a melhor hora. Não sei se é a infecção que está acelerando o processo.

Hoje, é isso que ficou para mim, um grande não sei que nem imagino como solucionar.

PS: Ah, a médica também receitou buscopan em caso de contrações/cólicas. Mas eu nem sei como é uma contração. Perguntei para as enfermeiras e todas disseram a mesma coisa "Quando você tiver, você vai saber".

Um comentário:

Layana disse...

Oi
Vim retribuir a visita em meu blog e me deparei com sua história. Puxa, agora é se cuidar e ter calma.
Desejo toda sorte e que você consiga ter seu desejado parto normal.
Abraços